Marcos: Vivemos em um tempo onde alcançar a juventude tem sido um trabalho árduo. O estilo musical de vocês traz uma proposta bem jovem e atual. Vocês já tinham esse estilo ou o fato de alcançar um público novo contribuiu para que fosse construído?
Tiago: Bom Marcos, primeiramente queremos agradecer o convite para esta entrevista com a Worshipers, estamos muito contentes por estar respondendo suas perguntas! Em questão ao estilo da banda nós sempre procuramos manter a mesma identidade desde o começo, mesmo antes de formamos o ministério A Outra Casa sempre tocamos este estilo de música que é parte da nossa raiz musical. Nós começamos a ministrar louvor cedo em nossa comunidade local, então as músicas que nós escolhíamos para tocar eram novidade para a mesma, por se tratar de um som onde as guitarras eram mais destacadas, causava uma certa estranheza para eles pois era diferente do que eles estavam acostumados na época. Nós costumamos brincar falando que nós introduzimos o Rock em nossa comunidade (risos). Somos muito influenciados pelas bandas que escutamos Livres, Switchfoot, Anberlin, Thrice, Relient K, Hillsong United entre várias outras, os shows que vamos, tudo gira em torno desse ambiente, então podemos dizer que nosso som vem de berço.
Marcos: O mercado da música internacional não tem muita aceitação para o público brasileiro e as grandes gravadoras até já declararam isso, e vejo que vocês tem muitas canções cantadas em inglês. Vocês pretendem investir nessas canções mesmo assim, ou o fato de serem membros de uma igreja com sede no Canadá os influenciaram? Pretendem uma carreira internacional?
Tiago: Quando iniciamos o projeto não tínhamos nenhuma pretensão de mirar um cenário internacional, até porque é algo muito complicado e delicado de se apostar, até mesmo no próprio cenário nacional já se encontra uma certa dificuldade para atuar, mas acreditamos que o nosso futuro está nas mãos de Deus, se for da vontade dEle estaremos prontos. Claro que com a sede de nossa comunidade no Canadá nós temos uma oportunidade de tocar lá fora, tanto que por conta disto acabamos por ministrar várias músicas em inglês nos cultos de nossa comunidade pelo fato dos cultos serem televisionados na web e transmitidos na web rádio, mas isso não foi um influenciador para nós. Optamos por gravar os covers em inglês para manter a identidade da música original e sua característica sem perder a essência. Em nossos covers sempre tentamos dar uma roupagem diferente, isso dá a liberdade para que a pessoa possa escutar e falar “Ei, eu conheço essa música, mas ela está diferente do que eu estou acostumado a ouvir”.
Marcos: As músicas cristãs evoluíram muito (musicalmente falando), tanto que pouco se toca as antigas nas rádios brasileiras. Vocês acham que a igreja tem que realmente acompanhar as evoluções musicais ou que isso é exigido devido as cobranças do mercado? Em quem vocês se inspiram para cantar?
Tiago: Creio que isso é um processo natural da música em si, ela possui um ciclo como qualquer outra área de nossas vidas, quando um ciclo acaba logo em seguida começa outro e assim vai. A música passa por mudanças constantes, se você analisar as músicas das décadas de 60, 70, 80, 90 e o começo dos anos 2000 elas se diferem muito em vários aspectos, criando suas próprias identidades e características que são responsáveis por marcarem cada época. O mercado influencia muito também em que direção a música vai seguir fazendo muitas bandas e cantores se adaptarem a estilos e tendências novas mesmo que aquele som não tenha muito haver com sua identidade musical. Por esse motivo acredito que esta evolução e mudança sempre vão existir cada uma para sua época, seja ela uma mudança natural quando um ciclo acaba, ou quando o mercado busca uma forma de se reinventar de forma repentina para atrair um certo público.Um principio que temos em nosso ministério é que independente do ritmo e estilo musical o que importa mesmo é a mensagem que a música leva até o coração das pessoas. É difícil falarmos de uma banda ou pessoa que nos influencia, são tantas que nós ficamos até constrangidos de apontar uma ou outra, como disse anteriormente seguimos uma raiz musical bem solida e acompanhamos essas bandas e cantores e a evolução de cada um deles todos estes anos. Um ministério que nos chama muita atenção aqui no Brasil não apenas pela música mas também pelos trabalhos sociais é o Livres, internacionalmente são tantas, Hillsong United, Jesus Culture, Delirious!, Switchfoot, Anberlin, The Glorious Unseen e a lista cresceria muito mais.
Marcos: Em que momento vocês perceberam que precisavam cantar e formar uma banda? Isso nasceu de um dom natural e apoio de pessoas próximas ou receberam alguma visão espiritual que mudou algum outro plano que tinham em mente?
Tiago: Desde pequenos tínhamos o sonho de termos uma banda, sempre nos interessamos por instrumentos musicais e música. Mas com certeza quem deu o ponta pé inicial para isso tudo acontecer foram nossos líderes de nossa comunidade, sem dúvida eles foram ferramenta de Deus em nossas vidas todos estes anos. Acreditaram em nós e investiram tempo, amor e nos capacitaram tecnicamente também. Marcos: Quais os planos para o futuro? Além do CD novo que será lançado, quais os próximos passos que pretendem dar em relação a musica e ao reino? Tiago: Estamos gravando o nosso primeiro CD com musicas próprias, estamos planejando fazer um trabalho muito bem elaborado e um lançamento estratégico para alcançar ao máximo o nosso publico alvo, estamos também trabalhando em novos covers e estudando colaborações com outros cantores para estas canções, e o mais breve o possível lançaremos o EP Palavra Acústica Vol. 2 com estas canções. Estaremos em nosso canal no youtube fazendo um novo trabalho lançando o nosso Vlog com vídeos com entrevistas, mensagens e assuntos do interesse de jovens cristãos. Também estamos trabalhando gravando e produzindo novas bandas e cantores com a nossa produtora Aout Produtora, então logo mais tem muitas novidades em nosso canal.
Site Oficial da Banda: www.aoutracasa.com
Por Marcos de Sá
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